
AMBONI
A família Amboni, originária da Itália, desempenhou um papel significativo na colonização do Sul de Santa Catarina. Chegando ao Brasil em busca de novas oportunidades, trouxeram consigo tradições e valores que moldaram a cultura local. A história da família é um testemunho de resiliência e dedicação, refletindo a jornada de muitos imigrantes que lutaram pelo desenvolvimento da região. Hoje, o legado dos Amboni continua a ser celebrado e valorizado por suas contribuições à comunidade.
A História da Família Amboni no Sul de Santa Catarina
A saga da família Amboni começa em Urgnano, na província de Bergamo (Lombardia), uma região marcada pela agricultura, pela vida simples e pelas dificuldades socioeconômicas que, no século XIX, impulsionaram milhares de italianos a buscar uma nova vida no Brasil.
A partida da Lombardia
Por volta de 1891 a 1894, diversos membros da família Amboni deixaram sua terra natal. Alguns vieram de Urgnano, outros de Orio al Serio e arredores. Entre eles, nomes como Antonio Giuseppe Amboni (43 anos), Luigi Amboni (39 anos, "Luigi fu Angelo"), Omobono Amboni (67 anos) e matriarcas como Caterina Bresciani Amboni (63 anos). Junto a eles, filhos, noras, genros e netos.
A chegada em Santa Catarina
O grupo desembarcou no porto de Laguna e seguiu pelas estradas precárias até as colônias de imigrantes no sul do estado. Os Amboni se estabeleceram em diferentes núcleos:
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Nova Veneza – Rio São Bento e Nova Veneza Sede
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Nova Treviso – Rio Ferrero e arredores
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Urussanga – Azambuja
Ali, receberam lotes de terra cobertos por mata virgem, que exigiam trabalho árduo para serem transformados em lavouras.
As primeiras gerações
Entre os pioneiros, destacam-se:
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Antonio Giuseppe Amboni, com seus filhos Giuseppe (12 anos), Regina (8 anos), Santa (10 anos) e outros, que se fixaram em Nova Veneza.
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Luigi fu Angelo Amboni (39 anos) e sua esposa Lucia Milesi Amboni (38 anos), acompanhados dos filhos Luigi (6 anos), Pietro (2 anos) e Maria (1 ano).
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Omobono Amboni (67 anos), patriarca já idoso, que veio provavelmente acompanhado de filhos e netos, buscando manter a unidade familiar na nova terra.
As mulheres também tiveram papel fundamental: Angela Frigo Amboni, Beatrice Amboni Maffioletti, Carola Giuseppa Amboni Cassol, entre outras, ajudaram a consolidar os lares, preservar a religiosidade e manter vivas as tradições italianas.
O trabalho e a fé
Os Amboni, como tantos imigrantes, dedicaram-se inicialmente à agricultura de subsistência: milho, mandioca, batata, feijão. Com o tempo, passaram a cultivar videiras e produzir vinho, trazendo da Itália a tradição vitivinícola que se tornou marca cultural da região.
A fé católica também foi central. Famílias como os Amboni ajudaram a erguer capelas e manter as festas religiosas, especialmente dedicadas a santos italianos e à Virgem Maria.
Ramificações familiares
A família se expandiu rapidamente por meio de casamentos com outras famílias italianas já instaladas na região, como:
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Tasso (Angela Maria Amboni Tasso)
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Cassol (Carola Giuseppa Amboni Cassol)
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Mondardo (Natalina Amboni Mondardo, Maria Amboni Mondardo)
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Nesi (Maria Amboni Nesi)
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Tomasi (Virginia Amboni Tomasi)
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Gava (Regina Amboni Gava)
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Maffioletti (Beatrice Amboni Maffioletti)
Essas uniões deram origem a uma vasta rede de descendentes, espalhados por Nova Veneza, Treviso, Siderópolis e Urussanga.
Legado
Hoje, os descendentes Amboni mantêm viva a memória dos antepassados por meio da cultura italiana presente nas festas de Nova Veneza, na culinária, no dialeto vêneto e lombardo preservado em parte, e no espírito comunitário que caracterizou a colonização.
A história da família Amboni é um testemunho de coragem, fé e perseverança, mostrando como um grupo de camponeses da Lombardia ajudou a construir as bases culturais e sociais do sul catarinense.




